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Mulheres que lideram com paixão: trajetória de sucesso de Fabiane Arruda

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28 de March de 2024

Mulheres que lideram com paixão: trajetória de sucesso de Fabiane Arruda


Mulheres que lideram com paixão: trajetória de sucesso de Fabiane Arruda

O universo da aviação cargueira e da logística aeroportuária é vasto. E apesar de já ter mudado o cenário, ainda é um setor tradicionalmente dominado por homens. A Pac Log, especialista em logística aeroportuária, conta com um time de mulheres que amam o que fazem e atuam na área com excelência. Por isso, para encerrar o mês que celebra as mulheres, batemos um papo com a nossa gerente geral do Terminal de Cargas de Curitiba, Fabiane Arruda.

A Fabi é o tipo de mulher forte e determinada, que se destaca como uma figura   marcante dentro do nosso terminal, uma líder respeitada pelos seus colaboradores e alinhada com os valores da Pac Log. Gerenciar um terminal de cargas é uma tarefa que exige bastante, ainda mais quando falamos de um dos aeroportos mais importantes em transporte de cargas do Brasil. Em nossa conversa, pudemos saber um pouco mais sobre a sua jornada, os caminhos trilhados e as lições aprendidas até aqui, além de entender um pouco mais de como se faz para manter as operações eficientes.

 

1. Como você descreve o papel e as responsabilidades de gerenciar um terminal de cargas em um aeroporto?

Antes de mais nada quero registrar minha satisfação em estar fazendo parte deste projeto, principalmente no mês das mulheres! Aos (às) envolvidos (as), muito obrigada!! Isso posto, como introdução ao tema e ao nosso mundo da logística aérea, é importante que tenhamos em mente as necessidades específicas desse modal: a qualidade, agilidade e eficiência. Ao entender isso, fica clara nossa preocupação e dedicação em garantir que nossos processos sejam ágeis, nossa comunicação seja clara e que nosso time esteja engajado, para que possamos atender a todas expectativas desse nosso mercado! E o meu papel é exatamente este: trabalhar para que tenhamos um time comprometido e engajado, felizes por fazerem parte da nossa equipe e assim darem o seu melhor. Desta forma, conseguimos ter um alto nível de entrega, clientes satisfeitos e retorno para os acionistas. Meu desafio é tentar deixar todo mundo feliz. rsrsrs 

 

2. Como foi sua jornada até chegar a essa posição? Quais foram os principais  desafios ao longo do caminho?

Ainda que eu seja muito jovem (rsrsrs), minha jornada no Comex e logística começou há muito tempo. Passou muito rápido, mas lá se vão quase 30 anos de estrada. O meu objetivo sempre foi aprender e sempre investi muito nas relações interpessoais, é o meu perfil. Nunca desperdicei uma oportunidade de aprender e de me relacionar, onde quer que eu estivesse. Desde um estágio que fiz no setor de câmbio de um banco em 1995 ou em outro que fiz em um agente de cargas nos USA em 96, em visitas a exportadores de algodão em fazendas no Mato Grosso em 2003, ou na fronteira do RS com o Uruguai em 2013, reuniões de conselho de administração em 2016,  até a gestão de um terminal de cargas de um aeroporto. (Eu falei que a estrada era longa… rsrsrs)

Os desafios foram muitos… mas ao olhar para trás hoje, posso perceber que muitos deles (talvez os maiores) estavam na minha cabeça. Meu maior desafio acredito ter sido o medo de falhar. O medo de não estar à altura da posição que eu estava assumindo. Ignorava que quem me deu a oportunidade certamente pensava diferente, de outra forma eu não estaria ali. Ignorava ainda, que o tempo que eu perdia com esta preocupação, me distanciava do foco que eu deveria ter em aprender o que eu não sabia e de me relacionar. Me afastava do meu próprio jeito de ser, o que havia me colocado lá. Isso ninguém me alertou, mas com o passar do tempo e com a maturidade fui enxergando e entendendo. Consequentemente, me apropriando.

 

3. Como você enfrenta e supera eventuais preconceitos por ser uma mulher liderando um setor predominantemente masculino?

Sinceramente? Eu ignoro. Ajo como se não existisse preconceito algum. Não trato com homens ou mulheres, me relaciono com pessoas. Quando estou sentada numa mesa de reuniões, quando estou fazendo uma apresentação, quando estou reunida com o time, não importa se sou homem ou mulher… importa o que eu tenho a dizer. 

E é com esse espírito que eu me coloco diante das situações. Já passei dos 50, sou “old school”. O mundo não pensa necessariamente como eu e isso não pode ser ignorado. Por isso existem alguns “cuidados” que sempre tomei para me ajudar. Por exemplo, se você (mulher) for fazer uma apresentação para um grupo de pessoas majoritariamente masculino e quiser que sua atenção fique no conteúdo que apresentará, vista-se de forma a não desviar esta atenção. Sem polêmica, isso é natural. Meu ponto é, já temos a dificuldade em lidar com o desconhecido. Com o que conhecemos (comportamentos, pensamentos, etc) devemos ser inteligentes e tirar proveito disso. Essa é, inclusive, uma característica e habilidade muito forte da mulher. 

 

4. Poderia compartilhar algumas experiências marcantes ou desafios específicos que você encontrou?

Isso faz muito tempo, foi em 1997. Eu trabalhava em uma empresa que auxiliava empresas estrangeiras a abrirem filial no Brasil. Uma vez atendemos uma companhia alemã e eu fiz todo o projeto. Em uma data determinada o CEO veio da Alemanha com membros da diretoria (uns 5 no total) e mais uns 2 advogados para a reunião de apresentação final. Em seguida tomariam a decisão sobre abrir ou não uma filial aqui. Da nossa parte estávamos eu, o meu CEO, diretor financeiro e um advogado. Todos homens. Após os apertos de mãos, águas e cafés, fui começar a apresentação. No segundo slide o CEO alemão levantou a mão e disse: mas é ELA quem fará a apresentação? Não tem um homem para apresentar? Eu já estava nervosa pela importância do projeto, imaginem depois dessa… Meu CEO disse: “Sim, será ela. Foi ela quem desenvolveu este material, que aliás está ótimo. O senhor deveria ver. Mas a decisão é sua”. Fiquei feliz com o suporte do meu chefe, o que me deu até vontade de chorar (rsrsrs). Respirei fundo. Ficou um climão. O alemão contrariadíssimo! Meu chefe novamente interveio para quebrar aquele clima e ajudar o alemão a dar o braço a torcer, afinal o homem tinha vindo ao Brasil especificamente para aquele momento, mas meu CEO não pretendia me tirar do protagonismo. Sugeriu mais um café e trouxe algum outro assunto aleatório. Minutos depois perguntou: “Podemos continuar?” e seguimos conforme programado. Correu tudo bem. Mas foi uma situação extrema de preconceito. Foi muito difícil, mas sai maior do que entrei. Aprendi a importância em trabalhar com/para pessoas alinhadas com os meus valores. Aprendi também que a competência supera o preconceito e acho que foi assim que venci não só esse como todos os demais que vieram depois. Foquei na minha capacitação, preparo e conteúdo, para que minha luz brilhasse através do véu do preconceito.

 

5. O que você acha sobre o conceito de diversidade no ambiente de trabalho? Qual a importância?

Eu acredito que a riqueza está na soma das diferenças. Independente da condição externa (física) de cada um, o que interessa é o que a pessoa tem para contribuir. Formas diferentes de pensar, diferentes experiências. Seu conteúdo. Gente boa, é gente boa. E é sobre isso. É isso que eu acho fascinante, é isso que me interessa em alguém. O conteúdo. Preconceito é crime e machuca demais. Destrói a auto estima e gera uma tristeza profunda na pessoa, por ser quem é. Ninguém merece sentir isso. 

Já decepcionei muita gente dizendo que eu não sou feminista. Não gosto muito dos rótulos, não gosto de competição, nem comparações com os homens. Acredito que temos sim habilidades diferentes e a soma delas é que traz a riqueza, principalmente num ambiente de trabalho. Acredito que as pessoas se sobressaem pela sua forma particular de ser, pelo seu potencial, perfil, atitude, independente da sua forma física.

 

6. Quais estratégias você adotou para lidar com as demandas e pressões do setor de logística aeroportuária, especialmente em momentos desafiadores, como a pandemia?

Ficou ainda mais evidente na pandemia como a segurança é realmente uma necessidade básica do ser humano. E naquele contexto da pandemia o que nos ajudou muito foi a empatia. Empatia com nossos colaboradores (entendendo como eles se sentiam, suas famílias, o que podíamos fazer para que se sentissem o mais seguros possível) e empatia com os clientes (reconhecemos que nossa atividade era essencial e entendemos nosso papel na sociedade…por nossas mãos passaram testes, máscaras e medicamentos. Não podíamos parar.). Eu acredito muito no resultado de empresas que possuem um bom ambiente de trabalho, que não tem medo de mostrar aos seus colaboradores o quanto eles são importantes para o negócio e o entendimento da importância do nosso trabalho para a comunidade na qual estamos inseridos. É sobre gente, engajamento, orgulho e sucesso.

 

8. Como você vê o futuro do setor de logística aeroportuária no Brasil, e quais são suas expectativas?

Eu me considero uma pessoa otimista. Muito se diz sobre o futuro, muito se projeta, pouco se sabe. Começa aí a fase que já nos encontramos, a transição, quando já podemos sentir a dificuldade de perceber no que podemos ou não acreditar. Ao que tudo indica, teremos um novo tempo de muita tecnologia, inovação, novas formas maravilhosas de se fazer as coisas, de aprender, de produzir. Novas soluções e, consequentemente, novos problemas. Mas no que eu genuinamente acredito, é no poder do ser humano. Na alma que habita, no coração que pulsa, na consciência que expande e nunca mais voltará ao seu tamanho original. Acredito na força da união, da solidariedade, da verdade e da gratidão. Acredito na dignidade que o trabalho traz. Acredito e espero que o futuro seja feito por “gente de verdade”, que anseie e lute pelo bem comum, onde o amor ainda consiga fluir… de preferência,  analogicamente.

    

Em um mundo onde o céu não é o limite, a Fabi demonstra que, com determinação e paixão, podemos alcançar alturas inimagináveis. Agradecemos a gerente do nosso terminal em Curitiba por abrir as portas do seu universo logístico e nos permitir compartilhar essa fascinante jornada.

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https://www.paclog.com.br/en/artigo/mulheres-que-lideram-com-paixao-trajetoria-de-sucesso-de-fabiane-arruda/